quinta-feira, 14 de outubro de 2010

E agora, quem poderá para-lo?



por Redação Waves.com.br

O norte-americano Kelly Slater é o vencedor do Rip Curl Pro, oitava etapa do ASP World Tour 2010 encerrada nesta quinta-feira (14/10) em Supertubos, Peniche, Portugal.

A batalha final aconteceu entre os líderes do ranking em ondas com cerca de 1,5 metros, onde o eneacampeão mundial derrotou o sul-africano Jordy Smith por 13.33 a 11.43 pontos.

Apesar da vitória apertada e de ter o adversário o tempo todo em sua cola, Slater dominou o duelo do começo ao fim. Nitidamente cansado depois das outras baterias, ele não poupou esforços para encontrar um tubo para a esquerda e arriscar um floater insano também de backside, além de muitas pauladas aplicadas com muita vontade para moer o lip do pico.

"A final foi muito lenta e nenhum de nós teve nenhuma onda realmente de peso. Tentei me manter ocupado o tempo todo, mas mas nenhum de nós conseguiu encontrar uma onda realmente sólida", confessa Kelly Slater.

"Na verdade, eu quase cheguei ao meu limite de ondas na bateria, então tive que esperar por ondas que realmente importassem. Jordy Smith tem todo talento do mundo. Ele é capaz de obter uma pontuação a qualquer momento. Nada estava terminado até a buzina tocar", admite o eneacampeõa mundial.

Jordy buscou a virada o tempo todo e apresentou todas suas armas, mas aparentou-se nervoso durante o confronto. Além de também espancar as ondas, ele arriscou tudo nos aéreos, mas ao contrário das outras baterias, não completou a maioria deles.

Sua melhor nota foi um 7.10, a maior da bateiria, conquistada com um arriscado aéreo super man completado com sucesso. Mas nem isso foi o suficiente para barrar o vencedor, que agora está cada vez mais próximo do décimo título mundial e Jordy ainda é o único homem que pode detê-lo.

Mas para isto, além de um bom resultado nas próximas etapas, Smith ainda terá que contar com a sorte de Slater ser eliminado precocemente, algo que não tem sido muito comum de se ver este ano, já que ele descarta um 9º, um 17º e só soma pódios em suas pontuações.

"Obviamente o décimo título mundial é um grande desafio para mim. Se isto acontecer será a maior conquista da minha vida. Tenho sorte por ter um círculo incrível de amigos ao meu redor: minha namorada Kalani, Belly (Stephen Bell), Travis Lee e vários outros. A vitória de hoje me coloca um passo mais perto e vamos ver o que acontece em Porto Rico", finaliza Kelly Slater.

A campanha de Jordy Smith neste campeonato foi marcada por um surf muito fluído e radical e esta foi sua primeira final contra Kelly Slater, que já participou de 64 finais no ASP World Tour. Curiosamente os dois nasceram no dia 11 de fevereiro e têm exatamente 16 anos de diferença.

"Me senti um pouco fora de ritmo na final. Eu era capaz de pegar de pegar outra boa, mas não consegui encontrar uma onda para trocar a nota. Este é jeito que as coisas acontecem às vezes. Ainda assim estou feliz com o meu resultado e com a forma que as coisas aconteceram para mim este ano. Apenas irei permanecer com positividade e vamos ver como vai acabar", diz Jordy Smith.

"Eu tive uma explosão aqui em Portugal e tivemos ondas realmente divertidas durante o campeonato. Eu estava amarradão por estar na final com Kelly. Estou amarradão por também ainda estar na corrida pelo título com ele. Ele é alguém que eu admirei a minha vida inteira. É uma honra estar lá em cima no ranking próximo a ele. Agora já estou pensando no próximo evento e espero que eu possa pegar mais alguma ondas maneiras", complementa Jordy Smith.

O público português mais uma vez provou ser fã incondicional do surf e lotou as areias do pico em plena quinta-feira de tarde, para prestigiar o show dos tops e aplaudir os ídolos de perto.

Cartas na manga Na primeira semifinal, Kelly Slater como sempre mostrou que sempre guarda cartas na manga para o final do campeonato, ao derrotar o australiano Chris Davidson por 16.03 a 12.20.

Em uma bateria que foi um verdadeiro jogo de nervos, os dois disputaram onda a onda e destruíram tudo que apareceu pela frente com batidas, rasgadas, floters e aéreos, um verdadeiro espancamento às paredes de Supertubos.

Com pontuações emboladas e nada definido, o norte-americano mostrou quem manda com uma verdadeira jogada de mestre, quando nos últimos minutos atingiu uma velocidade impressionante em uma direita de frontside e decolou em um belo aéreo alley oop. Com aterrissagem perfeita, ele foi premiado pelos juízes com 9.33 pontos e garantiu definitivamente seu lugar na decisão do evento.

Chris Davidson nada pôde fazer e em uma cena descontraída e bem-humorada, ainda dentro da água ele bateu continência para o eneacampeão mundial e ainda fez gesto de tirar o chapéu. O público na areia foi ao delírio e mais uma vez Slater saiu muito aplaudido da água.

"O que você pode fazer quando o rei faz algo assim? Tudo que pude fazer foi saudá-lo. Foi um evento bom para mim e senti que surfei muito bem contra o Kelly, mas quando ele completa um alley-oop 360º em uma onda de nada, fica difícil lutar. Espero que alguém possa jogar uma chave-inglesa nos performances dele e segure a decisão pelo título até Pipeline", brinca o sempre bem-humorado Chris Davidson.

Duelo tubular Já na segunda semifinal, o sul-africano Jordy Smith e o francês Jeremy Flores começaram um duelo de gente grande com dois tubos para a esquerda, um para cada um. O vice-líder do ranking andou mais fundo e arrancou 7.50 pontos, equanto Flores levou 4.67.

Em outro duelo emocionante e com os dois atletas nitidamente nervosos e afoitos por um resultado, depois de muitos aéreos e pancadas, quem levou a melho foi o sul-africano que garantiu seu lugar na decisão contra Kelly Slater.

Este é o melhor resultado da temporada para Jeremy Flores, que pulou da 20ª para a 15ª posição no ranking. "Foi uma competição boa para mim, com certeza. Eu fui reajustando a minha abordagem ao surf e foquei nas coisas que fuincionam melhor para mim. Acho que isto me ajudou muito aqui em Portugal e estou amarrdão por subir no ranking. Espero que eu possa obter mais alguns bons resultados antes do final do ano", analisa Jeremy Flores.

Jadson encerra em nono Depois de uma bela campanha, o potiguar Jadson André encerrou sua participação no Rip Curl Pro na nona posição.

Em ondas com cerca de 1 metro e séries demoradas, ele foi eliminado pelo norte-americano Patrick Gudauskas por 15.00 a 8.16 pontos na quinta fase do evento.

A bateria começou devagar e com notas baixas. O brasileiro iniciou na liderança e manteve a posição até a metade do confronto, porém seu adversário assumiu a dianteira com notas 6.17 e 5.00, conquistadas com duas ondas na sequência em menos de dois minutos.

O brasileiro ainda conseguiu diminuir a diferença com uma nota 5.83 e ficou precisando de 5.35. Quando tudo já parecia perdido, a menos de três minutos para o término, uma esquerda salvadora formou-se no outside com bom tamanho, boa formação e face limpa.

Jadson não perdeu tempo e botou para baixo nesta onda, porém, logo depois da cavada forçou demais na rasgada de frontside e acabou caindo. O erro custou sua eliminação.

Para ampliar ainda mais a diferença e não deixar dúvidas, Gudauskas que também é estreante no ASP World Tour se beneficiou da mesma série e veio na de trás.

Depois de dropar, ele cavou forte e com a mão na borda, subiu para uma pancada de backside no lip completada com sucesso e finalizou com um aéreo rodeo flip incrível, executado com perfeição e premiado com 8.83 pontos pelos juízes, para garantir definitivamente sua vaga nas quartas-de-final. Agora ele irá enfrentar o sul-africano Jordy Smith, vice-líder do ranking.

Esta é a segunda vez que Jadson compete na quinta fase. A outra foi na França, no evento anterior, onde ele também caiu no mesmo round e encerrou a participação com um 9.5 na manga, precisando de uma segunda nota.

O taitiano Michel Bourez, o aussie Matt Wilkinson e o sul-africano Travis Logie foram eliminados na quinta fase e terminam a prova na nona colocação.

Potiguar voador Jadson André foi também o vencedor duas expression sessions que rolaram em Portugal. A primeira foi na praia dos Belgas no penúltimo dia de competição e a segunda em Supertubos no intervalo entre a semifinal e a final.

Com aéreos surreais de frontside, ele provou mais uma vez que quando o assunto é voar para a esquerda, ele é o nome a ser batido entre os tops da elite mundial.

Brazucas Os outros dois brazucas na competição foram o guarujaense Adriano de Souza e o niteroiense Bruno Santos, que competiu como convidado.

Ambos não se deram bem e caíram na repescagem sem vencer nenhuma bateria no campeonato. Minerinho caiu diante do australiano Dean Morrison e Bruninho foi eliminado por Kelly slater.

Resultado do Rip Curl Pro 2010

1 Kelly Slater (EUA)

2 Jordy Smith (Afr)

3 Chris Davidson (Aus)

3 Jeremy Flores (Fra)

5 Adrian Buchan (Aus)

5 Owen Wright (Aus)

5 Damien Hobgood (EUA)

5 Patrick Gudauskas (EUA)

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