domingo, 10 de abril de 2011

Lembranças de um bom passado



Por Redação Surfbahia.com.br

Agora pouco eu estava na Venus, fábrica e conserto de pranchas conversando com Coca, Joca, Zoião, Victor Gós, Igor, Manchinha, Manga e Gary.

Era uma linda noite de sexta, o céu estava tão perfeito que parecia um pano preto estampado de diamantes.

No ar somente uma leve brisa percorria em nossa volta enquanto o nosso papo fluía. Estávamos todos morgados. Fazia poucas horas que saímos do mar. Havíamos surfado o dia todo.

Acordamos bem cedo, o sol surgia no horizonte. Pegamos a prancha e fomos passando na casa de cada um como havíamos combinado. Caminhamos pela praia do sul.

Passamos pela ponta, AABB, Renascer e finalmente chegamos à Pedra da Cachorra, um point alucinante que fica no Jardim Atlântico. A maré estava cheia e as ondas cada uma melhores que as outras. Entramos no mar e apresentamos um cardápio de manobras variadas até o inside. Cada um com seu estilo próprio e engraçado.

Surfamos até uma hora da tarde. Depois pegamos o caminho de volta pra casa e com uma larica daquelas...

Às 4h voltamos à praia. Dessa vez o pico foi Praia do Miache. Sentido contrário ao pico da Pedra da Cachorra. A maré estava seca, e o mar deu uma baixada. Enquanto aguardávamos a série, conversávamos uns com os outros. Lá de dentro dava para ver as pessoas caminhando pela orla de um lado para outro. E assim as horas iam passando, a noite ia caindo e nós nos preparávamos para sair do mar.

Não tem nada melhor de um dia de surf. Não há preço que pague. Para alguns, o surf é apenas um esporte. Pra mim o surf é uma terapia. Um ponto de encontro com Deus, com a natureza e com a rapaziada.

Esse agora pouco que eu começei a escrever no início do texto, onde eu dizia estar na fábrica de coca, na verdade já faz uns vinte e cinco anos, foi na década de 80, mas parece que foi hoje, lembro perfeitamente de cada detalhe...

Chega certo tempo que nós, free surf, passamos a estar menos no mar. Dedicamos-nos aos estudos, trabalho, família em fim. Hoje eu sinto saudades das minhas pranchas, das trips, da galera, do corsa branco de zoião.

Faz um ano que não pego onda. Não é por falta de prancha, mas por falta de tempo. Você que estar sempre no mar, aproveite cada segundo. Pois quando o tempo passar vai restar apenas às lembranças...

Boas ondas, um forte abraço e até a próxima história de surfista.

Luciano Piupa Amaral. Escritor e Pensador. Jornalismo12@hotmail.com (0xx73) 8843-9613

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