quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Brasileiros em aperto

Everton Luis durante trip a Infernillo, Chile. Foto: Evertonluisimagens.com.br.


Por Redação Waves.com.br

O fotógrafo Everton Luis, colaborador de longa data do Waves, envia um email alarmante à nossa redação: ele e um grupo de surfistas formado por Pedro Henrique, Igor Moraes, Marthen Pagliarini e o cinegrafista Itamar Guimarães sofreram um violento assalto a mão armada em Lobitos, Norte do Peru.

O roubo aconteceu na casa de hospedagem Darwin, lugar simples e bem conhecido da região. "Apesar de o lugar ser vulnerável a este tipo de situação, jamais pensaríamos que isso poderia acontecer, estávamos tranquilos", escreve Luis.

"A casa em que estávamos foi invadida pela madrugada por um grupo armado e tão bem organizado que pareceu ser um ato terrorista. O bando agiu de forma violenta e totalmente segura do que estava fazendo", afirma.

"Levaram todo meu equipamento fotográfico e o dinheiro de todos. Aos prantos, conseguimos convencê-los a deixar para trás os HDs com as fotos do meu trabalho, assim como o computador do Itamar (com as filmagens)", conta.

Ainda muito assustado, o fotógrafo detalha os momentos que antecederam a ação dos criminosos. "Estava tudo indo muito bem, um dia e meio de fotos e conseguimos um material incrível: altas ondas, fotos e filmagens. Ainda bem que na noite do ocorrido eu tinha feito a transferência dos cartões de memória com as fotos para os HDs, 14GB de fotos", relata.

"Arriscamos a vida ao tentar conversar com os cinco (que pudemos identificar em nosso quarto) para tentar recuperar os HDs, pois tudo já havia sido jogado no meio da sala em sacolas, malas e mochilas. Incrível, mas eles devolveram os HDs e o computador do Itamar. Tivemos armas apontadas para nossas cabeças, falavam constantemente que não eram assassinos ou ladrões, mas sim um grupo que precisava dinheiro para alimentar a 'melicia' (palavra usada por um deles)", descreve Luis.

"Não eram desorganizados, sabiam o que estavam fazendo e sabiam o que vieram buscar, com certeza não fomos 'sorteados', souberam de alguma forma o nosso porte de equipamentos e dinheiro, então vieram a nossa busca. Somente em meu equipamento fotográfico, foram mais de US$ 12 mil levados, ou seja: tudo", continua.

"O consulado brasileiro, tão logo eu consegui contato, dizia que estávamos muito longe para que pudessem ajudar (18 horas de ônibus), mas sim, precisávamos chegar a Lima para poderem fazer alguma coisa. Chegando aqui, a conversa foi outra, pois as ofertas de ajuda quando estávamos longe, já não estavam mais disponíveis quando estamos perto, vai entender", finaliza o fotógrafo.

Depois de muita conversa, as autoridades do consulado brasileiro em Lima, capital do país, conseguiram um hotel para o grupo ficar até esta quinta-feira. Porém, eles estão sem dinheiro e com muitas dificuldades para retornar ao Brasil.

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