segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Orgulho Ilheense



Por Redação Surfbahia.com.br

Há muitos anos acompanho de perto ou não a trajétoria de vários ilheenses no cenário do surf nacional. Hoje fica até complicado afirmar com precisão o número de atletas que temos no Nordestino Pro ou no Brasil Tour.

Já faz um bom tempo que se especula um título mundial para o Brasil, então, por que não acreditar que nossa Bahia pode nos dar esse presente?

Atletas como Rudá Carvalho, Franklin Serpa, Bruno Galini (em questão), Bino Lopes, Marco Fernandez e até mesmo os mais novos ainda, já que a cada novo ano surge um novo talento em nossas categorias de base, caso de Wallace Júnior, que no auge de sua infância já está nas cabeças do ranking das competições que participa.

Um exemplo desses me chamou bastante a atenção, um moleque que, enquanto os demais jogavam futebol na rua - como a maioria da criançada brasileira -, já iniciava seus primeiros passos no surf.
Esse moleque cresceu e se tornou, com humildade, paciência e muito surf no pé, um dos maiores ídolos do esporte na Bahia e em especial na nossa cidade, mais precisamente em nosso bairro.

Hoje tenho nele um exemplo para tudo que faço, seja no surf ou na minha outra praia (a escrita). Seu amor incondicional pela família, sua dedicação e concentração ao executar um movimento aparentemente simples, tornam-o distinto dos demais.

Realmente sou fã de carteirinha e o que me deixa mais feliz nisso tudo é saber que somos amigos e da mesma terra. Muitos não dão valor à prata que a casa oferece, e isso causa desperdício de talentos. Eu me orgulho de ser da terra de Wilson Nora, Jojó de Olivença, Jerônimo "Macaxeira" Bonfim, Chico Tampa e tantos outros que não tenho como citar agora, pois não caberiam no texto.

Retomando. Você, que está lendo, certamente pensou: "Nossa, é seu ídolo mesmo". Porém, eu vou mais longe ainda. Na praia do Sul (Ponta da Pedra), acontece um fenômeno sempre aos meios de semana, nos intervalos do calendário de competições.

Se Bruno está no mar, o crowd se multiplica, pela paciência de ouvir a todos e ter o dom de falar pouco em horas oportunas, sempre com intenção de ajudar no surf da molecada carinhosamente chamada de "filhos" por ele.

Sou um desses filhos, talvez um dos mais velhos, e sempre que viajo por algum motivo familiar ou à trabalho, ouço seus conselhos antes. Recentemente, passei uma temporada em Aracaju e aproveitei o localização para conhecer mais do Nordeste do surf.

Sete meses depois da partida, retornei à cidade e, claro, estava louco pra surfar em meu quintal. Dei-me um dia de folga para relaxar no Jardim Atlântico, onde sou local. O mar estava clássico.

À noite, fui para casa, voltei ao batente, e a notícia de que Bruno havia vencido a etapa de Santa Catarina do Brasil Surf Pro me reforçou a ideia de redigir essa matéria sobre "o cara" e suas proezas.

No dia seguinte, depois da sua nova conquista, conversamos no outside e ouvi a seguinte frase dele: "O bom filho à casa torna". Uma criançada se espelha em seu surf e uma particularidade sua é compartilhar sua essência de surfista de alma com todos.

Já li inúmeras matérias sobre ídolos do surf mundial que têm uma grande capacidade de atrair multidões para assisti-los no mar. Seja lá em baterias ou naquele bom e velho momento no free surf, no fim de tarde.

Vejo tambem depoimentos de outros surfistas profissionais em filmes, idolatrando determinados atletas, falando de suas atuações em competições ou filmes. Austrália, Hawaii e EUA têm seus nomes gravados na memória mundial do esporte por caras como Occy, Tom Curren, Andy Irons e o fora do normal Kelly Slater.

Esses caras são ou foram ídolos, não por títulos ou recordes, mas por amor, dedicação e pela divulgação do melhor esporte do mundo (na minha opinião).

Hoje temos um grande amigo focado em seus treinos que sabe bem o significado da expressão "surfista profissional". Vitorioso até nas derrotas, consegue tirar delas a vontade de vencer sem passar por cima de ninguém. Só para deixar claro, humildade é hoje um dom de poucos, e Bruno aprendeu a dominar mais essa técnica pra sua vida.

Sem sombra de dúvidas, hoje posso afirmar que tenho um Slater surfando na praia que frequento desde moleque, onde ia surfar com os amigos, muitas vezes escondido de meus pais (risos).

Bruno, parabéns por tudo o que conquistou. Caso o céu seja seu limite, não se esqueça de ultrapassá-lo.

"Um ídolo deve ter um conjunto de qualidade intercaladas com defeitos que façam real diferença no meio em que se viva".

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